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Eu caso comigo, e tu casarias com uma pessoa igual a ti?

Eu caso comigo, e tu casarias com uma pessoa igual a ti?

Uma pequena reflexão para o fim de semana.

São muitos os estigmas e dogmas na sociedade, que marcam ou condicionam algumas áreas da nossa vida, sobretudo a hora de relacionar-nos com o outro, e o mais incrível e observar como sem darmos por ela a nossa mente adopta em perfeito automatismo sem o mínimo esforço sequer, de fazer uma selecção de aquilo que acolhemos e adaptamos a nossas vidas condicionando Tudo o que somos, mais além das “mascaras ou roles” que erigimos ao longo da nossa experiência de vida.

Hoje num Programa televisivo falavam destes estigmas e dogmas, referenciavam o estigma que ainda pesa sobre as mulheres mais do que nos homens, que a partir de certa idade se não tinha “casado” ficava com o título de tia, isto para referir a dificuldade dos seres humanos de serem felizes “salvo acompanhados do outro”.
Neste caso se evidencia uma maior abertura e compreensão na diferença substancial que há no facto de ires a um relacionamento porque QUERES partilhar a tua vida e alegria com o outro e NÃO PORQUE PRECISAS do outro para te sentires viva. O que pessoalmente acho um avance e crescimento enorme a nível de consciência e maturidade emocional, imprescindível para termos relacionamentos transcendentes e salutares.

De seguida outro estigma, desta vez, tristemente questionava “Como é possível uma pessoa olhar-se ao espelho no dia do casamento e disser para si próprio sorridente «Até eu próprio casava contigo» …”
Digo tristemente porque ainda nos dias que correm amar-se a si próprio, gostar-mos de nos próprios, reconhecer-nos e validar-nos a nos próprios em primeira pessoa é considerado, visto e tachado como egoísta, narcisista, arrogância, nariz empinado etc.. É mal visto, no entanto aplaudimos a falsa modéstia porque nos soa mais humilde.

Eu me pergunto quem melhor do que cada um de nós, para se conhecer e falar de si próprio? Quem tem a suficiente autoridade para falar de si, reconhecer-se, validar-se pelo seu logro, meta conquistadas, pelos desafios ultrapassados, crescer em auto-estima e honrar-se por isso? TU ou os OUTROS?
Estamos tão formatados em ser, fazer e ter pelos outros, segundo as expectativas dos outros, em função dos outros, que até uma cota de saudável e NECESSÁRIO egoísmo nos coloca no banco dos acusados ou rejeitado, a frente da porta de psicólogos, terapeutas. e ainda perguntamos porquê???

A sociedade condena e estigmatiza o Amor próprio e logo questionamos por que não conseguimos ser felizes?

O Problema não esta em que esperem de nós ou se nos ensine e ate nos exijam reconhecer, admitir, responsabilizarmos-nos pelas nossas acções, pedir desculpas, dar a cara quando erramos, quando nos enganamos, o problema está quando nos é vetado validar-nos, reconhecer-nos ou manifestar auto-amor.

Não sei se para ti, mas a mim, é um tema que me preocupa, e gera reflexão e definitivamente chama a um acordar, a uma toma de consciência, escolhermos deixar de lado o papagaio que repete de cor e salteado o que lhe foi ensinado e começarmos a questionar e ponderar Amar e relacionar-nos desde a nossa verdade de olhos bem abertos, permitindo-nos ser quem verdadeiramente somos, se queremos viver a experiência de termos relacionamentos (vínculos), realmente honestos, autênticos, genuínos, com pessoas completas, inteiras, que se assumem não só nas suas sombras ou defeitos, como também nas suas luzes ou dons.

Bastante que o Prestigiado e reconhecido Convidado ao Programa televisivo, se esforçou por marcar a diferença a procura de este “despertar de toma de consciência” …, mas lá esta uma vez mais o papagaio em automático a vulgarizar e menosprezar o que pode vir a ser uma verdadeira alavanca para uma mudança significativa de paradigma nos nossos relacionamentos e na nossa vida. Não faltam os disfarces sorridentes e estrondosos para encobrir mais do que uma necessidade O DESEJO INTIMO DE TODA A HUMANIDADE.

Uma vez mais se desleixa um meio poderoso como é a TV, que pode impactar massas de forma positiva, propiciando e expandindo o crescimento pessoal e inter-pessoal em prol da cegueira e belos, MAS Adormecidos príncipes e princesas.

Grata
Marysol Camacho
Eneacoach em Relacionamentos

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