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Passaporte para o Amor ?

Passaporte para o Amor ?

Olá!!!

Imagem e Aparência…

“A verdadeira beleza esta no modo de olhar e nos olhos de quem olha…” Platão.

«Tenho de confessar que à primeira vista, sempre me chamou a atenção a beleza física e mais quando “essa beleza” olhava para mim, a verdade seja dita, me sentia insuflada, era o máximo, sobretudo para uma mulher que cresceu como o patinho feio numa casa com muitos cisnes, por pai um Ken e por mãe uma Barbie.

A minha definição de beleza era muito limitada, além de bastante influenciada pela cultura do um pais referenciado mundialmente por ter as mulheres mais belas do Universo, Venezuela.

Mulher bela era o tipo Barbie, 90/60/90, facões e corpos delineados, bronzeados, sempre arranjadinha, bem vestida, sempre glamourosa e com classe.

A mesma métrica se aplicava aos homens, só que neste sentido a parada subia, quanto maior status, posição, charme e paleio, mais chance de conquistar a Barbie.

Neste mundo um patinho feio não tinha a menor hipótese.

O certo é, que um dia, num almoço com meu pai e as minhas irmãs, eu com 18 anos, e minhas irmãs com 16 e 15, o meu pai estava a falar sobre o matrimonio, as relações, os homens, e de repente fica a olhar para nos, muito sério, primeiro para minhas irmãs e diz:

. – Bom vocês são muito lindas, não vão ter problemas nenhuns em arranjar um bom marido, alguém que goste e queira casar com vocês, a seguir virou-se para mim e diz com uma expressão desconhecida e esquisita que não consegui compreender na altura, tu Mary, tu és diferente, és inteligente…

Naquele momento para uma adolescente de 18 anos, aquilo foi uma grande chapada, ia ficar sozinha, não tinha direito a ser amada visto não cumprir com os standards de beleza física.

Anos depois olhando em retrospectiva reparei que aquele almoço não só tinha afectado a minha auto-imagem física, como também tinha condicionado a minha vida, os meus sonhos, a minha percepção em relação aos homens, ao amor aos relacionamentos viajando sempre nos extremos opostos.

-Por um lado, devia ser muito astuta, criar estratégias mentais inteligentes para conseguir casar com algum, (em contradição com uma indisponibilidade emocional vetada), isto incluía uma grande dose de chantagem e manipulação emocional, vitimização, competência com outras mulheres, por não ser tão bonita e frágil quanto elas, e com os homens numa luta de poder e competências onde eu devia fazer alarde subtilmente, da minha inteligência e controle como mecanismo de sedução.

-Por outro me tornava muitas vezes mendiga do amor, dizia sim quando queria disser não, não, fazia ultimatos, cedia para não parecer complicada e porque não merecia e estava só, compensava, ignorava os sinais de alerta que sempre estão aí…” não vás por aí, mas eu ia”, guiada pelo medo a perder novamente; anulava-me e sacrificava-me com tal de ter esse amor, de poder senti-lo.

Gastei muito dinheiro em tratamentos de estética, dietas, ginásios, cirurgias, roupas novas para estar no topo da moda, tudo do bom e melhor, jantares, saídas a noite, festas, viagens divinais que desfrutava muito… mas que no fundo não conseguiam apagar à frustração e desilusão, à tristeza e vazio interior que sentia…quando voltava, à realidade continuava a ser a mesma…só, e cada vez com mais dor e sofrimento.

Neste registo entramado de emoções a debaterem-se umas com as outras, atingir o ideal de beleza, conseguir o homem que quisesse ficar comigo em oposição a crença de não cumprir os estândares de beleza (exigido pelos outros, pela sociedade, nem bonita, nem suficientemente inteligente para ter o meu sonho a dois, a realidade era que eu não conseguia a pesar de todos os meus esforços.)

Os níveis de auto exigência aumentavam, o corpo começou a ressentir-se, comecei a somatizar, a minha saúde viu-se gravemente afectada e comprometida, o que teve um impacto enorme em todas as áreas da minha vida, sobre tudo psicológica e emocionalmente…A Profecia se Auto-realizava.

Cupido surpreendia-me muitas vezes, grande parte delas no momento equivocado, com a pessoa equivocada, ou a primeira que aparece, na situação equivocada, e com consequências muito equivocadas.

Apaixonava-me por quem não devia, tentando armar relações que não podia, vivendo sonhos perigosos, promessas traídas, esperanças estilhaçadas, vezes muito amada sim, mas o problema era que eu não conseguia sentir esse Amor…»

Pode ser que te revejas ou não um pouco nesta história, mas “atenção com a aparência,” pode não ser a tua historia, mas te garanto que este pequeno “detonante” do patinho feio é só a ponta do Icebergue, o inicio de uma bola de neve que tem implicações muito significativas em todas as áreas da tua vida, não em vão tem sido um desafio recorrente que muitas mulheres com quem tenho trabalhado enfrentam.

Acabamos por ser piões em jogo da nossa própria ignorância.

Como diz António Damásio, neurocientista português:
«Podemos ser muito inteligentes racionalmente, mas ainda assim tremendamente estúpidos em relação a os nossos sentimentos e a forma como nos relacionamos com os outros.»

Com estes abanões da vida, em vez de investir numas ferias de sonhos iguais a tantas outras, optei por investir numa viagem ao interior de mim, uma viagem que veio transformar toda a minha vida, um caminho obviamente diferente.

Foi preciso procurar ajuda, tive os melhores maestros, bons terapeutas, alem do trabalhar como terapeuta já há alguns anos, me apoiou muito, não curou tudo e todo, mas ajudou a descobrir algumas coisas, e uma delas; foi aprender que “Aquela pessoa tinha de me amar pelo que eu era, não pelo que aparentava”.

Isto me levou a trabalhar todo o tempo para ser quem sou, paguei preços muito caros para conquistar este espaço de liberdade que significa ser quem sou, e aconteceu que, comecei a relacionar-me com pessoas que não se seduziam com o disfarce e vim a descobrir que, o prazer que obtinha desses vínculos era ainda melhor, superava de longe toda expectativa.

Assim que me parece que há que aprender a pagar alguns preços, que em contrapartida te abre portas a um processo de VALOR inestimável.

Aos factos me remito, o meu próprio exemplo, assim como trabalhar com muitas pessoas que me disseram e dizem ainda hoje palavras como estas:
«A.A.M: Mary inicialmente tinha muitas dúvidas em conseguir aquilo que prometes e garantes com teu Programa, hoje sem sombra de dúvida, o resultado ultrapassou qualquer expectativa é de um Valor inestimável, não tem preço»

Todos temos uma Imagem Ideal (o que pensamos que deveríamos ser ou o que os outros nos disseram que devíamos ser), e uma “Imagem Real comprometida” (como TU te VÊS e o sentimento que isso produz em ti).

Ao comparar as duas, nos damos conta das diferenças e entramos em esforço, conflito e frustração porque não somos como “idealmente deveríamos ser” o que nos leva a um círculo vicioso e auto destrutivo.

Termos consciência disto e apreendermos a soltar os “ideais da imagem” que temos de nós em todos os âmbitos da nossa vida, (não só a nível físico), serve para elevar a auto-estima, segurança e autoconfiança.
Mas quando essa imagem significa olhar para um; como um NÃO É, vai trazer muitos problemas e distorções em todas as áreas da tua vida sobretudo nos relacionamentos.

Sentir-te bem interiormente contigo te liberta, abre portas, o resto se apreende, se trabalha, é uma questão de querer, porque a beleza é algo que vai muito além de quem a leva; é uma escolha.
Essa é a beleza que verdadeiramente conquista a aquele que te aceita, te respeita, te ama e deseja tal e como és, fazendo com que valha a pena.

Grata
Marysol

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